Instituto Pensar - No pior momento da pandemia e sem auxílio, aprovação de Bolsonaro está abaixo de 30%

No pior momento da pandemia e sem auxílio, aprovação de Bolsonaro está abaixo de 30%

por: Eduardo Pinheiro 


Presidente da República, Jair Bolsonaro conversa com a imprensa. Foto: Marcos Corrêa/PR

Com sucessões de erros que levaram ao aumento de mortes por Covid-19 e à crise econômica, a aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparece abaixo do patamar de 30% da população. Os dados são da pesquisa do IPEC (Inteligência, Pesquisa e Consultoria), publicada pelo jornal O Globo.

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O levantamento, realizado entre 18 e 23 de fevereiro, aponta que 28% dos entrevistados consideram a gestão Bolsonaro ótima ou boa, enquanto 39% avaliam como ruim ou péssima. Segundo a pesquisa do IPEC, o eleitorado "fiel? às ideologias bolsonaristas é o evangélico. Neste grupo, a avaliação positiva do governo é de 38%. A margem de erro é de dois pontos.

Para a cientista política Luciana Veiga, professora da Unirio, o apoio desse grupo se explica pelo fato de Bolsonaro se manter "sem inconsistências? na defesa da chamada pauta de costumes ao longo do mandato.

A avaliação positiva de Bolsonaro, no entanto, está em queda livre desde o fim do auxílio emergencial, que o ajudou a manter 37% de aprovação mesmo durante os piores momentos da pandemia em 2020.

Já no fim de janeiro, primeiro mês após o fim do pagamento das parcelas de R$ 300 do auxílio emergencial, o Datafolha apontou queda da aprovação, com 31% considerando o governo ótimo ou bom, e rejeição na casa de 40%.

A pesquisa também afirma que há alguma expectativa de pagamento do auxílio emergencial "até a situação econômica voltar ao normal? para 87% dos brasileiros. A afirmação pressupõe, portanto, um prazo maior do que os quatro meses do planejamento do governo federal.

Nordeste clama por auxílio

A maior urgência pelo auxílio emergencial vem do Nordeste, onde 91% concordam total ou parcialmente que o benefício deve ser pago até que o cenário econômico esteja seja normalizado. As regiões Norte/Centro-Oeste e Sudeste aparecem com 87% de concordância parcial ou total neste item, enquanto o Sul tem 80%.

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No recorte por renda, 93% dos que têm renda mensal de até um salário mínimo ? parcela da população à qual o benefício é majoritariamente destinado ? concordam, ao menos de forma parcial, que o auxílio deve durar até uma normalidade econômica.

Impactos nas Eleições de 2022

Segundo Veiga, o cenário atual de baixa aprovação traz preocupações para Bolsonaro em seu projeto de reeleição em 2022, podendo estimular o presidente a tentar um prolongamento do benefício.

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Ao analisar a pesquisa, a especialista observa que nos estratos de menor remuneração e no Nordeste, a avaliação do governo é regular, mas fica acima da média nacional.

"O que Bolsonaro faz com o auxílio não é conquistar eleitores que não gostam dele, mas sim trazer o que está nesse bloco do regular. É um eleitor muito prático, menos apegado a questões ideológicas, e que pode oscilar a depender do impacto do governo federal em sua vida. É aí que entra o auxílio. Por outro lado, este eleitor também é mais pressionado pelo cenário da Saúde, já que depende da rede pública?, avaliou Veiga.

Com informações do jornal O Globo



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